quarta-feira, 24 de março de 2021

 


ALUNO E PROFESSORES – MOTIVAÇÃO: UMA VIA DE MÃO DUPLA.

                                                                                     Por Luciana Angélica

 

A escola hoje, enfrenta mais um desafio, motivar os alunos num tempo em que a desolação, o medo e a incerteza do amanhã geram muita ansiedade e desmotivação no agora. Nenhum de nós estava preparado para viver um tempo tão preocupante. Mas, nós aqui estamos, e não podemos cruzar os braços. Fomos lançamos de uma hora para outra, em um modo de ensino, que nos tirou da zona de conforto. O processo de ensino aprendizagem se transformou. Com o distanciamento físico, ficamos impossibilitados de ter um contato físico com os alunos em uma sala presencial. E agora? O que fazer? Estudamos, pesquisamos, lançamos mão de ferramentas que há muito existiam, mas que eram meros coadjuvantes no processo de ensino-aprendizagem, para nos adaptar a essa nova realidade.

            Além da dificuldade na utilização das tecnologias, da busca constante de atividades e meios que alcançassem nossos alunos, nos deparamos com outro entrave nesse processo, a desmotivação dos nossos alunos em participarem ativamente das aulas e atividades. O que devemos e podemos fazer para mudar esse quadro, que consequentemente acaba por desmotivar também o professor, que tantos recursos buscou para ministrar a sua aula? Não existe uma “receita de bolo” que nos indique o caminho certo a seguir, mas podemos passo a passo, encontrar alternativas que nos ajudem a contornar essa situação.

A primeira delas, é fortalecer o vínculo afetivo entre professor e alunos, ele precisa estar mais forte do que nunca. A aula presencial é uma dimensão, não digo de obrigação, mas de compromisso em participar das atividades, com regras a serem seguidas. E em casa, a situação muda de figura. Não há aquela relação de regras rígidas a serem cumpridas. O aluno em casa sente-se à vontade, e com o tempo relaxa para fazer as atividades, às vezes faz e participa da aula quando quer, principalmente, quando não tem um adulto por perto, que lhe ajude ou o supervisione durante as aulas online.  Devemos aproveitar esse momento para estreitar os laços afetivos com os alunos, para que eles queiram estar com você professor, por vontade e não por uma obrigação, devemos conquistar a confiança desse aluno, para que possamos incutir nele a compreensão de que ele também faz parte do seu processo de aprendizagem e o professor como mediador, mostrará o caminho para aquisição dos conhecimentos. Muitas vezes, ou na maioria delas, os alunos associam o processo de aprendizagem somente ao professor, e isso não é verdade, o processo de ensino-aprendizagem é uma via de mão dupla, e eles precisam compreender isso para que possam mudar de atitude.

Outro passo a ser seguido é conhecer o nosso aluno em sua individualidade, como criança, como pessoa, com gostos, vontades, medos e preferências. Existem vários estilos de aprendizagem. Tem crianças que aprendem mais com estímulos visuais, outros com estímulos auditivos e outros com estímulos sinestésicos. Descubra o estilo de aprendizagem do seu aluno e proponha atividades que contemplem os estilos de aprendizagem. Ah! Isso vai dar trabalho? Vai sim, mas o resultado vai compensar o seu trabalho. Você terá uma base sólida de conhecimento para propor atividades síncronas e assíncronas e intervenções extremamente afetivas. O processo de ensino-aprendizagem deve fomentar ações transformadoras.

Para que as aulas sejam atraentes e eficazes, e captar o interesse e participação dos alunos, é necessário ter objetivos, estratégias e ferramentas bem definidas, não há como fazer improvisações. De preferência, atividades sequenciadas, aumentando gradativamente, o grau de dificuldade e propondo sempre desafios, pois os alunos não devem ser meros expetadores na aprendizagem, mas sim fazer parte do processo. Mas para que isso seja possível, ele precisa entender que ele é peça importante na construção do seu aprendizado. Procure estudar, ler, conhecer a fundo a BNCC, para preparar o seu conteúdo. O professor deve dominar o seu conteúdo e o passar de forma segura e contextualizada. Isso gera confiança no seu aluno. Se o professor não souber de fato o seu conteúdo, tudo isso de nada adiantará. Por isso, um planejamento bem elaborado facilitará encontrar várias estratégias e ferramentas que vão proporcionar um aprendizado significativo para nosso aluno.

O papel do professor, nesse momento, é de suma importância. E para isso ele também, precisa estar motivado, aberto ao trabalho, para se lançar nesse desafio de ensinar, fora da zona de conforto. É necessária uma mentalidade positiva para seguir em frente diante dos desafios e saber identificar os avanços e redirecionar o que não deu certo.  É preciso persistência e não desistir diante dos obstáculos que apareçam no caminho, como internet que cai, desinteresse dos alunos e pais, falta de prática com mídias digitais, dentre outros. É necessário foco no trabalho, para identificar avanços e processos dos alunos. Como sabemos, pois estamos juntos nessa jornada, o caminho não é fácil, mas quando o cansaço e o desânimo aparecerem, lembre-se que ao ensinar, você estará mudando vidas, não somente intelectualmente, mas deixando marcas emocionais que durarão a vida toda. Faça e seja a diferença na vida do seu aluno, deixe marcas positivas. E para finalizar, sejam persistentes, ultrapassem barreiras e sigam em frente nessa missão tão importante que é ensinar.


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