ALUNO E PROFESSORES –
MOTIVAÇÃO: UMA VIA DE MÃO DUPLA.
Por Luciana Angélica
A escola hoje, enfrenta mais um
desafio, motivar os alunos num tempo em que a desolação, o medo e a incerteza
do amanhã geram muita ansiedade e desmotivação no agora. Nenhum de nós estava
preparado para viver um tempo tão preocupante. Mas, nós aqui estamos, e não
podemos cruzar os braços. Fomos lançamos de uma hora para outra, em um modo de
ensino, que nos tirou da zona de conforto. O processo de ensino aprendizagem se
transformou. Com o distanciamento físico, ficamos impossibilitados de ter um
contato físico com os alunos em uma sala presencial. E agora? O que fazer?
Estudamos, pesquisamos, lançamos mão de ferramentas que há muito existiam, mas que
eram meros coadjuvantes no processo de ensino-aprendizagem, para nos adaptar a
essa nova realidade.
Além da
dificuldade na utilização das tecnologias, da busca constante de atividades e
meios que alcançassem nossos alunos, nos deparamos com outro entrave nesse
processo, a desmotivação dos nossos alunos em participarem ativamente das aulas
e atividades. O que devemos e podemos fazer para mudar esse quadro, que
consequentemente acaba por desmotivar também o professor, que tantos recursos
buscou para ministrar a sua aula? Não existe uma “receita de bolo” que nos indique
o caminho certo a seguir, mas podemos passo a passo, encontrar alternativas que
nos ajudem a contornar essa situação.
A primeira delas, é fortalecer o
vínculo afetivo entre professor e alunos, ele precisa estar mais forte do que
nunca. A aula presencial é uma dimensão, não digo de obrigação, mas de
compromisso em participar das atividades, com regras a serem seguidas. E em
casa, a situação muda de figura. Não há aquela relação de regras rígidas a
serem cumpridas. O aluno em casa sente-se à vontade, e com o tempo relaxa para
fazer as atividades, às vezes faz e participa da aula quando quer,
principalmente, quando não tem um adulto por perto, que lhe ajude ou o supervisione
durante as aulas online. Devemos
aproveitar esse momento para estreitar os laços afetivos com os alunos, para
que eles queiram estar com você professor, por vontade e não por uma obrigação,
devemos conquistar a confiança desse aluno, para que possamos incutir nele a
compreensão de que ele também faz parte do seu processo de aprendizagem e o
professor como mediador, mostrará o caminho para aquisição dos conhecimentos.
Muitas vezes, ou na maioria delas, os alunos associam o processo de
aprendizagem somente ao professor, e isso não é verdade, o processo de
ensino-aprendizagem é uma via de mão dupla, e eles precisam compreender isso para
que possam mudar de atitude.
Outro passo a ser seguido é conhecer
o nosso aluno em sua individualidade, como criança, como pessoa, com gostos,
vontades, medos e preferências. Existem vários estilos de aprendizagem. Tem
crianças que aprendem mais com estímulos visuais, outros com estímulos
auditivos e outros com estímulos sinestésicos. Descubra o estilo de aprendizagem
do seu aluno e proponha atividades que contemplem os estilos de aprendizagem.
Ah! Isso vai dar trabalho? Vai sim, mas o resultado vai compensar o seu
trabalho. Você terá uma base sólida de conhecimento para propor atividades síncronas
e assíncronas e intervenções extremamente afetivas. O processo de ensino-aprendizagem
deve fomentar ações transformadoras.
Para que as aulas sejam atraentes e
eficazes, e captar o interesse e participação dos alunos, é necessário ter
objetivos, estratégias e ferramentas bem definidas, não há como fazer improvisações.
De preferência, atividades sequenciadas, aumentando gradativamente, o grau de
dificuldade e propondo sempre desafios, pois os alunos não devem ser meros expetadores
na aprendizagem, mas sim fazer parte do processo. Mas para que isso seja possível,
ele precisa entender que ele é peça importante na construção do seu aprendizado.
Procure estudar, ler, conhecer a fundo a BNCC, para preparar o seu conteúdo. O professor
deve dominar o seu conteúdo e o passar de forma segura e contextualizada. Isso
gera confiança no seu aluno. Se o professor não souber de fato o seu conteúdo,
tudo isso de nada adiantará. Por isso, um planejamento bem elaborado facilitará
encontrar várias estratégias e ferramentas que vão proporcionar um aprendizado
significativo para nosso aluno.
O papel do professor, nesse momento,
é de suma importância. E para isso ele também, precisa estar motivado, aberto
ao trabalho, para se lançar nesse desafio de ensinar, fora da zona de conforto.
É necessária uma mentalidade positiva para seguir em frente diante dos desafios
e saber identificar os avanços e redirecionar o que não deu certo. É preciso persistência e não desistir diante
dos obstáculos que apareçam no caminho, como internet que cai, desinteresse dos
alunos e pais, falta de prática com mídias digitais, dentre outros. É
necessário foco no trabalho, para identificar avanços e processos dos alunos. Como
sabemos, pois estamos juntos nessa jornada, o caminho não é fácil, mas quando o
cansaço e o desânimo aparecerem, lembre-se que ao ensinar, você estará mudando
vidas, não somente intelectualmente, mas deixando marcas emocionais que durarão
a vida toda. Faça e seja a diferença na vida do seu aluno, deixe marcas positivas.
E para finalizar, sejam persistentes, ultrapassem barreiras e sigam em frente
nessa missão tão importante que é ensinar.
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